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O Rio de Janeiro tem histórias incríveis como a do italiano Giuseppe Martinelli que migrou para o Brasil em 1893 e acabou construindo uma das maiores fortunas do Brasil.
No início da Primeira Guerra Mundial, aos 44 anos, percebeu a necessidade de transporte de produtos agrícolas entre o Brasil e a Europa e para isso montou uma empresa de navegação, o Lloyde Nacional. Em 1922, passou a ser conhecido como Comendador e a empresa já possuía 22 navios, além de ser proprietário de empreiteiras, minas de ferro e carvão.
Em 1924 ele deu início ao seu empreendimento mais célebre, o Edifício Martinelli, o primeiro arranha-céu de São Paulo. A construção do edifício foi cercada de polêmicas. Originalmente projetado para ter 12 andares, acabou sendo finalizado com 30 pavimentos. Por muitos anos, foi o prédio mais alto da América Latina. Em seguida, o empresário investiu pesado na construção civil.
Depois mudou-se para o Rio de Janeiro, onde construiu oito outros edifícios, todos com quase 20 andares.
Na Avenida Oswaldo Cruz comprou um palacete com colunas e torres neogóticas e contratou para o acabamento o arquiteto Antônio Virzi, mestre do estilo surrealista. Como a mansão ficava para o Morro da Viúva, ele construiu no alto do morro uma espécie de quintal de sua propriedade.
Para ter acesso ao morro ele mandou construir um túnel dentro da rocha e um elevador para chegar ao topo. Lá ele ergueu um jardim, quadras, fontes, pavões e até uma capela que é uma cópia da Basílica de Lucca, destruída na II Guerra Mundial.
Consta que o convidado de honra da inauguração da capela foi nada menos do que o ditador italiano Benito Mussolini.
Reza a lenda que uma cigana havia vaticinado que no dia que as obras do palacete terminassem o dono morreria. Diante disso, a casa esteve sempre em obras, inclusive ocupando a propriedade morro acima.
Em 1976, Sérgio Dourado, na época o maior incorporador imobiliário do Rio, comprou e demoliu o Palácio Martinelli para construir o Edifício Signore del Bosco, um arranha céu de 25 andares.
O jardim no alto do Morro foi incoporado pelo edifício Signore del Bosco e está muito bem conservado, mas só moradores e convidados têm acesso.